Colérico, Sangüíneo, Fleumático, Melancólico são os quatro temperamentos humanos descritos por Hipócrates, médico grego, que viveu entre 460-377aC, relacionados com os quatro elementos: fogo, ar, água e terra, respectivamente.
O temperamento "Colérico", relacionado ao fogo, é atribuído às pessoas ousadas, dinâmicas, líderes natos, prontos a encarar desafios, que em desequilíbrio, tornam-se agressivas, ditadoras e orgulhosas.
O "Sangüíneo", relacionado ao ar, é o temperamento dos curiosos, inquietos, bem humorados, interessados em várias coisas ao mesmo tempo, desprendidos e que, em desequilíbrio, podem ser inseguros, instáveis, volúveis.
"Fleumáticos" (água) são pessoas tranqüilas, lentas, concentradas, sonhadoras, com especial prazer em alimentar-se, e que, em desequilíbrio, tendem à inércia física e mental, à obesidade e problemas digestivos.
Relacionado ao elemento terra, temos o temperamento Melancólico: pessoas introspectivas, concentradas, que analisam a fundo os fatos e podem tornar-se pessimistas e deprimidas, quando em desequilíbrio.
Em cada pessoa predomina um dos quatro temperamentos, resultado de fatores genéticos e influências culturais, variando conforme sua situação e fase da vida. Todo ser humano possui as quatro tendências. O segredo para o equilíbrio do corpo e da alma é não permitir que uma das tendências se sobreponha excessivamente. Seja qual for o seu temperamento dominante, invista em aprender os outros aspectos para você ser mais saudável e harmônico.
sábado, 19 de setembro de 2009
sexta-feira, 18 de setembro de 2009
*De que prosperidade vivem falando?
O capitalismo e o “livre mercado” falham retumbantemente como mecanismo de distribuição de riquezas.
José Roberto Kupfer
17/09/2009 - 19:21
Foi mínima a repercussão de uma entrevista da diretora executiva do Programa Alimentar Mundial (PAM), da ONU, Josette Sheeran, na quarta-feira, em Londres, à agência de notícias Reuters. Ela falou sobre o aumento da fome no mundo e o simultâneo encolhimento do fundo da ONU que fornece recursos para mitigar o problema. Ao mesmo tempo em que o número de famintos no planeta, com a crise global, passou, pela primeira vez, de 1 bilhão de seres humanos, o fundo emergencial bateu no nível mais baixo em 20 anos – só recebeu até agora US$ 2,6 bilhões dos US$ 6,7 bilhões previstos em seu orçamento para 2009.
Segundo Sheeran, seu programa mal dispõe de um terço da verba necessária para alimentar 10% do total de necessitados. “Para solucionar o problema da fome”, disse ela, “bastaria 0,01% do total aplicado pelos governos no socorro das economias afetadas pela crise financeira global”.
Não é só vergonhoso que, em pleno século XXI, um sexto da população mundial não tenha acesso aos meios para suprir a mais básica das necessidades humanas. É uma terrível prova de que algo vai muito mal com a Humanidade. É também indicação irrefutável de que, tanto quanto outros sistemas econômicos, o capitalismo está longe de assegurar o bem-estar universal, ainda que em bases mínimas – a certeza de que, ao acordar, todos os viventes terão um prato de comida.
O sistema capitalista tem sido o mais eficiente na geração de riquezas. Isso é fato, inclusive em relação aos alimentos. Não é de hoje que a produção de comida, em bases capitalistas, tem sido mais do que suficiente para atender às necessidades alimentares básicas dos seis bilhões de viventes da Terra. Mas o capitalismo e o “livre mercado” falham retumbantemente como mecanismo de distribuição de riquezas. Deixados inteiramente aos seus próprios desígnios, tendem ao monopólio e à concentração de renda. Os mais de 1 bilhão de seres afetados por uma fome sistêmica são a denúncia mais eloqüente dessa falha. Há produção de riquezas, mas não o devido acesso a elas.
Há quem, na defesa de sua ideologia, ainda que em meio a uma das maiores crises da história do capitalismo, encha o peito para louvar os períodos de prosperidade que o sistema vem propiciando. Mas, enquanto um sexto dos seres humanos não tiverem acesso cotidiano nem mesmo a um prato de comida, essa será uma louvação imprestável. Isso que louvam pode ser chamado de qualquer coisa, menos de prosperidade.
Fonte: www.ig.com.br/crônicasdaeconomiabrasileira
José Roberto Kupfer
17/09/2009 - 19:21
Foi mínima a repercussão de uma entrevista da diretora executiva do Programa Alimentar Mundial (PAM), da ONU, Josette Sheeran, na quarta-feira, em Londres, à agência de notícias Reuters. Ela falou sobre o aumento da fome no mundo e o simultâneo encolhimento do fundo da ONU que fornece recursos para mitigar o problema. Ao mesmo tempo em que o número de famintos no planeta, com a crise global, passou, pela primeira vez, de 1 bilhão de seres humanos, o fundo emergencial bateu no nível mais baixo em 20 anos – só recebeu até agora US$ 2,6 bilhões dos US$ 6,7 bilhões previstos em seu orçamento para 2009.
Segundo Sheeran, seu programa mal dispõe de um terço da verba necessária para alimentar 10% do total de necessitados. “Para solucionar o problema da fome”, disse ela, “bastaria 0,01% do total aplicado pelos governos no socorro das economias afetadas pela crise financeira global”.
Não é só vergonhoso que, em pleno século XXI, um sexto da população mundial não tenha acesso aos meios para suprir a mais básica das necessidades humanas. É uma terrível prova de que algo vai muito mal com a Humanidade. É também indicação irrefutável de que, tanto quanto outros sistemas econômicos, o capitalismo está longe de assegurar o bem-estar universal, ainda que em bases mínimas – a certeza de que, ao acordar, todos os viventes terão um prato de comida.
O sistema capitalista tem sido o mais eficiente na geração de riquezas. Isso é fato, inclusive em relação aos alimentos. Não é de hoje que a produção de comida, em bases capitalistas, tem sido mais do que suficiente para atender às necessidades alimentares básicas dos seis bilhões de viventes da Terra. Mas o capitalismo e o “livre mercado” falham retumbantemente como mecanismo de distribuição de riquezas. Deixados inteiramente aos seus próprios desígnios, tendem ao monopólio e à concentração de renda. Os mais de 1 bilhão de seres afetados por uma fome sistêmica são a denúncia mais eloqüente dessa falha. Há produção de riquezas, mas não o devido acesso a elas.
Há quem, na defesa de sua ideologia, ainda que em meio a uma das maiores crises da história do capitalismo, encha o peito para louvar os períodos de prosperidade que o sistema vem propiciando. Mas, enquanto um sexto dos seres humanos não tiverem acesso cotidiano nem mesmo a um prato de comida, essa será uma louvação imprestável. Isso que louvam pode ser chamado de qualquer coisa, menos de prosperidade.
Fonte: www.ig.com.br/crônicasdaeconomiabrasileira
quinta-feira, 17 de setembro de 2009
*O Direito na imprensa - Publicidade da justiça e responsabilidade da imprensa
Por Dalmo de Abreu Dallari
A publicidade dos atos judiciais é um dos requisitos básicos do Estado Democrático de Direito e por isso, coerentemente com os princípios fundamentais da República, proclamados no artigo 1º, dispõe a Constituição brasileira, no artigo 93, inciso IX, que "todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos", dispondo que a lei poderá estabelecer que, excepcionalmente, determinados atos, não os julgamentos, poderão ter a publicidade limitada ao conhecimento pelas partes e seus advogados, nos casos em que "a preservação do direito à intimidade do interessado não prejudique o interesse público à informação". Nessa ordem de considerações, é um dado positivo a maior atenção que a imprensa brasileira vem dando ultimamente aos casos em curso no Judiciário nos quais estão sendo questionados direitos e responsabilidades que afetam o interesse público.
O dever constitucional de publicidade dos atos judiciais não pode, entretanto, ser confundido com a exposição de personalidades do Judiciário e de suas opiniões sobre qualquer assunto, sem levar em conta que em muitos casos essa publicidade terá influência negativa sobre a crença no equilíbrio e na imparcialidade dos juízes e tribunais e sobre a confiança que eles devem inspirar naqueles que buscam a solução justa de qualquer conflito de direitos.
Quanto a esse ponto é indispensável que tanto os membros do Poder Judiciário quanto a imprensa aceitem a existência de limitações, que são de interesse público, e não pratiquem, nem favoreçam ou explorem, os impulsos exibicionistas, a tentação da publicidade, assim como o desejo de ficar em evidência revelando a intimidade dos julgadores, antecipando a divulgação de suas opiniões sobre os julgamentos de que eles irão participar numa ocasião futura e assim influindo indevidamente sobre os julgamentos.
Repercussão fácil
Um exemplo do excesso publicitário é o comportamento do atual presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, que está diariamente na imprensa falando sobre os assuntos mais diversos. Seu comportamento exibicionista foi expressamente referido pelo ministro Joaquim Barbosa, quando, num áspero diálogo que travaram publicamente em 23 de abril deste ano – e que toda a imprensa divulgou – aquele ministro acusou o presidente da Suprema Corte do excesso publicitário, afirmando: "Vossa Excelência está na mídia, destruindo a credibilidade do Judiciário brasileiro".
Na realidade, já é amplamente conhecida a incontinência verbal do ministro Gilmar Mendes, que agride juízes e tribunais por meio da imprensa, em atitude oposta à que se espera de um verdadeiro juiz. Desse modo, ambos, o ministro e os que dão publicidade às ofensas por ele proferidas, não levam em conta que, longe de ser de interesse público e a expressão de um direito inerente à sociedade democrática, tal publicidade contribui para a criação de uma imagem negativa do Poder Judiciário, cuja autoridade é essencial para a garantia do respeito aos direitos e a solução justa dos conflitos.
Numa valiosa obra denominada La déontologie des magistrats (Paris, Ed. Dalloz, 2004), os eminentes juristas franceses Guy Canivet e Julie Joly-Hurard assinalam que "o dever de reserva interdita aos juízes toda crítica e toda expressão exagerada que possa comprometer a confiança e o respeito que sua função deve inspirar aos que esperam justiça". Tomando por base uma decisão do Conselho Superior da Magistratura, de 1993, observam que se trata, de fato, de uma limitação à liberdade de expressão do cidadão juiz, "mas que tem por objetivo preservar a dignidade, a imparcialidade e a independência da magistratura", que são valores de toda a cidadania.
Assim, pois, a imprensa, livre e responsável, não deve colaborar para os desbordamentos verbais dos magistrados e deve resistir à tentação do "furo" e da repercussão fácil e escandalosa, recusando-se a dar publicidade ao mero exibicionismo. A divulgação das ações judiciais é um serviço público relevante que a imprensa pode e deve prestar, dando publicidade ao que é de interesse público.
Fonte: http://www.observatoriodaimprensa.com.br/
A publicidade dos atos judiciais é um dos requisitos básicos do Estado Democrático de Direito e por isso, coerentemente com os princípios fundamentais da República, proclamados no artigo 1º, dispõe a Constituição brasileira, no artigo 93, inciso IX, que "todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos", dispondo que a lei poderá estabelecer que, excepcionalmente, determinados atos, não os julgamentos, poderão ter a publicidade limitada ao conhecimento pelas partes e seus advogados, nos casos em que "a preservação do direito à intimidade do interessado não prejudique o interesse público à informação". Nessa ordem de considerações, é um dado positivo a maior atenção que a imprensa brasileira vem dando ultimamente aos casos em curso no Judiciário nos quais estão sendo questionados direitos e responsabilidades que afetam o interesse público.
O dever constitucional de publicidade dos atos judiciais não pode, entretanto, ser confundido com a exposição de personalidades do Judiciário e de suas opiniões sobre qualquer assunto, sem levar em conta que em muitos casos essa publicidade terá influência negativa sobre a crença no equilíbrio e na imparcialidade dos juízes e tribunais e sobre a confiança que eles devem inspirar naqueles que buscam a solução justa de qualquer conflito de direitos.
Quanto a esse ponto é indispensável que tanto os membros do Poder Judiciário quanto a imprensa aceitem a existência de limitações, que são de interesse público, e não pratiquem, nem favoreçam ou explorem, os impulsos exibicionistas, a tentação da publicidade, assim como o desejo de ficar em evidência revelando a intimidade dos julgadores, antecipando a divulgação de suas opiniões sobre os julgamentos de que eles irão participar numa ocasião futura e assim influindo indevidamente sobre os julgamentos.
Repercussão fácil
Um exemplo do excesso publicitário é o comportamento do atual presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, que está diariamente na imprensa falando sobre os assuntos mais diversos. Seu comportamento exibicionista foi expressamente referido pelo ministro Joaquim Barbosa, quando, num áspero diálogo que travaram publicamente em 23 de abril deste ano – e que toda a imprensa divulgou – aquele ministro acusou o presidente da Suprema Corte do excesso publicitário, afirmando: "Vossa Excelência está na mídia, destruindo a credibilidade do Judiciário brasileiro".
Na realidade, já é amplamente conhecida a incontinência verbal do ministro Gilmar Mendes, que agride juízes e tribunais por meio da imprensa, em atitude oposta à que se espera de um verdadeiro juiz. Desse modo, ambos, o ministro e os que dão publicidade às ofensas por ele proferidas, não levam em conta que, longe de ser de interesse público e a expressão de um direito inerente à sociedade democrática, tal publicidade contribui para a criação de uma imagem negativa do Poder Judiciário, cuja autoridade é essencial para a garantia do respeito aos direitos e a solução justa dos conflitos.
Numa valiosa obra denominada La déontologie des magistrats (Paris, Ed. Dalloz, 2004), os eminentes juristas franceses Guy Canivet e Julie Joly-Hurard assinalam que "o dever de reserva interdita aos juízes toda crítica e toda expressão exagerada que possa comprometer a confiança e o respeito que sua função deve inspirar aos que esperam justiça". Tomando por base uma decisão do Conselho Superior da Magistratura, de 1993, observam que se trata, de fato, de uma limitação à liberdade de expressão do cidadão juiz, "mas que tem por objetivo preservar a dignidade, a imparcialidade e a independência da magistratura", que são valores de toda a cidadania.
Assim, pois, a imprensa, livre e responsável, não deve colaborar para os desbordamentos verbais dos magistrados e deve resistir à tentação do "furo" e da repercussão fácil e escandalosa, recusando-se a dar publicidade ao mero exibicionismo. A divulgação das ações judiciais é um serviço público relevante que a imprensa pode e deve prestar, dando publicidade ao que é de interesse público.
Fonte: http://www.observatoriodaimprensa.com.br/
*Argentina - Governo cospe no prato que comeu
Por Alberto Dines
A idéia de uma América Latina democrática, estável e harmoniosa está se dissipando rapidamente. As instituições e a legislação coadunam-se apenas formalmente com o design do Estado de Direito, o calendário eleitoral segue inalterável, mas as pressões para drásticas alterações constitucionais não conferem com alguns princípios republicanos essenciais – tais como o equilíbrio entre os poderes e a alternância no poder. Embora a retórica continue democrática, ela assume um caráter suspeito diante de ações intempestivas e intimidadoras. Sobretudo contra a imprensa.
A invasão das instalações do jornal Clarín, em Buenos Aires, a pretexto de uma auditagem fiscal, enquadra-se no clima de coação e ameaças que começaram na Venezuela e já ganharam adeptos no Equador e Bolívia. As explicações malandras e as visíveis contradições das autoridades portenhas desnudam as intenções da dupla presidencial, Néstor e Cristina Kirchner: reformar na marra a estrutura do sistema midiático.
É isto que interessa examinar. Em primeiro lugar é indispensável registrar que a estrutura da mídia argentina foi montada pelos governos anteriores, fruto de uma partilha de interesses. Ao peronismo – e suas inúmeras facções – não desagradava o atual desenho, tanto que não o alteraram. Servia perfeitamente aos projetos dos diferentes grupos empresariais que lidavam com a mídia, inclusive aos que tinham vocação e conexões políticas. Agora se descobre que o modelo é obsoleto, imperfeito e tenta-se rapidamente mudá-lo antes da instalação do novo Congresso fatalmente dominado pela oposição e cenário para o confronto sucessório em 2011.
Projeto de poder
É preciso igualmente lembrar que apesar dos altos padrões de qualidade da mídia argentina ela é absolutamente impermeável ao debate sobre os temas que lhe dizem respeito. Jornais não se mostram inclinados a incentivar discussões capazes de colocar qualquer tipo de reserva ou questionar o seu desempenho, procedimentos ou organização. Os jornalistas, por outro lado, não se animam a estabelecer um território autônomo onde, com os respectivos públicos, possam estabelecer alguma alternativa de diálogo.
Este distanciamento e esta arrogância já existiram no Brasil e foram em parte vencidos. Mas quando nosso governo e nossos grupos de mídia, sobretudo eletrônica, se acertam para ultrapassar algumas barreiras formais, o rolo compressor também funciona. Caso do Conselho de Comunicação Social, cuja existência efêmera (um pouco mais de dois anos) é uma clara demonstração das convergências em torno das quais se criou o sistema midiático latino-americano.
A desastrada operação dos Kirchner contra o Clarín lembra a desastrosa Guerras das Malvinas em que os generais tinham uma vaga noção dos objetivos da campanha, jamais pensaram na reação e na capacidade dos adversários. Conhecemos os resultados.
Alguém precisa dizer aos Kirchner que a discussão sobre um novo modelo midiático ou audiovisual, deve ser empreendida com os mesmos cuidados utilizados nas discussões sobre a reforma política: sem ceder a qualquer tentação totalitária. Este é um jogo que não pode ser misturado com um projeto de poder. A América Latina perdeu sucessivas décadas iludida pelo voluntarismo e pelo caudilhismo. A "Década Infame" da Argentina (1930-1940) foi reprisada ao longo da segunda metade do século 20 e início do 21.
Menos estresse
A mídia latino-americana sofre dos mesmos vícios das sociedades que as criaram e às quais servem. Impossível desconectá-las. O sonho de desconcentrar rapidamente o sistema de comunicação social – partilhado por meia dúzia de estadistas latino-americanos – deverá acontecer com naturalidade. Nunca por imposição (ditaduras desgastam-se mais rapidamente do que as democracias).
Quando os legislativos forem confrontados com a necessidade de se qualificar para sobreviver, um novo mapeamento da mídia será inevitável. No caso brasileiro, a convocação de grandes debates, como a próxima Conferência Nacional de Comunicação, pode criar pressões reformadoras legítimas e eficazes sobre as forças políticas.
Por outro lado, as conseqüências da crise financeira internacional – que erroneamente imagina-se superada – vai estimular uma fragmentação saneadora. Os grandes conglomerados serão obrigados a repartir-se, forçados pela própria escala e pela diferenciação das tecnologias. Conteúdo não é uma commodity, é um conjunto de commodities processadas separadamente.
Os Kirchner e seu círculo de consultores, entre os quais estão brilhantes jornalistas, deveriam repensar suas doutrinas, agendas e estratégias. O confronto com a mídia só aumentará o seu desgaste. A co-habitação produz menos estresse. Foi ela, aliás, a responsável pelo esquema que os levou ao poder.
Fonte: http://www.observatoriodaimprensa.com.br/
A idéia de uma América Latina democrática, estável e harmoniosa está se dissipando rapidamente. As instituições e a legislação coadunam-se apenas formalmente com o design do Estado de Direito, o calendário eleitoral segue inalterável, mas as pressões para drásticas alterações constitucionais não conferem com alguns princípios republicanos essenciais – tais como o equilíbrio entre os poderes e a alternância no poder. Embora a retórica continue democrática, ela assume um caráter suspeito diante de ações intempestivas e intimidadoras. Sobretudo contra a imprensa.
A invasão das instalações do jornal Clarín, em Buenos Aires, a pretexto de uma auditagem fiscal, enquadra-se no clima de coação e ameaças que começaram na Venezuela e já ganharam adeptos no Equador e Bolívia. As explicações malandras e as visíveis contradições das autoridades portenhas desnudam as intenções da dupla presidencial, Néstor e Cristina Kirchner: reformar na marra a estrutura do sistema midiático.
É isto que interessa examinar. Em primeiro lugar é indispensável registrar que a estrutura da mídia argentina foi montada pelos governos anteriores, fruto de uma partilha de interesses. Ao peronismo – e suas inúmeras facções – não desagradava o atual desenho, tanto que não o alteraram. Servia perfeitamente aos projetos dos diferentes grupos empresariais que lidavam com a mídia, inclusive aos que tinham vocação e conexões políticas. Agora se descobre que o modelo é obsoleto, imperfeito e tenta-se rapidamente mudá-lo antes da instalação do novo Congresso fatalmente dominado pela oposição e cenário para o confronto sucessório em 2011.
Projeto de poder
É preciso igualmente lembrar que apesar dos altos padrões de qualidade da mídia argentina ela é absolutamente impermeável ao debate sobre os temas que lhe dizem respeito. Jornais não se mostram inclinados a incentivar discussões capazes de colocar qualquer tipo de reserva ou questionar o seu desempenho, procedimentos ou organização. Os jornalistas, por outro lado, não se animam a estabelecer um território autônomo onde, com os respectivos públicos, possam estabelecer alguma alternativa de diálogo.
Este distanciamento e esta arrogância já existiram no Brasil e foram em parte vencidos. Mas quando nosso governo e nossos grupos de mídia, sobretudo eletrônica, se acertam para ultrapassar algumas barreiras formais, o rolo compressor também funciona. Caso do Conselho de Comunicação Social, cuja existência efêmera (um pouco mais de dois anos) é uma clara demonstração das convergências em torno das quais se criou o sistema midiático latino-americano.
A desastrada operação dos Kirchner contra o Clarín lembra a desastrosa Guerras das Malvinas em que os generais tinham uma vaga noção dos objetivos da campanha, jamais pensaram na reação e na capacidade dos adversários. Conhecemos os resultados.
Alguém precisa dizer aos Kirchner que a discussão sobre um novo modelo midiático ou audiovisual, deve ser empreendida com os mesmos cuidados utilizados nas discussões sobre a reforma política: sem ceder a qualquer tentação totalitária. Este é um jogo que não pode ser misturado com um projeto de poder. A América Latina perdeu sucessivas décadas iludida pelo voluntarismo e pelo caudilhismo. A "Década Infame" da Argentina (1930-1940) foi reprisada ao longo da segunda metade do século 20 e início do 21.
Menos estresse
A mídia latino-americana sofre dos mesmos vícios das sociedades que as criaram e às quais servem. Impossível desconectá-las. O sonho de desconcentrar rapidamente o sistema de comunicação social – partilhado por meia dúzia de estadistas latino-americanos – deverá acontecer com naturalidade. Nunca por imposição (ditaduras desgastam-se mais rapidamente do que as democracias).
Quando os legislativos forem confrontados com a necessidade de se qualificar para sobreviver, um novo mapeamento da mídia será inevitável. No caso brasileiro, a convocação de grandes debates, como a próxima Conferência Nacional de Comunicação, pode criar pressões reformadoras legítimas e eficazes sobre as forças políticas.
Por outro lado, as conseqüências da crise financeira internacional – que erroneamente imagina-se superada – vai estimular uma fragmentação saneadora. Os grandes conglomerados serão obrigados a repartir-se, forçados pela própria escala e pela diferenciação das tecnologias. Conteúdo não é uma commodity, é um conjunto de commodities processadas separadamente.
Os Kirchner e seu círculo de consultores, entre os quais estão brilhantes jornalistas, deveriam repensar suas doutrinas, agendas e estratégias. O confronto com a mídia só aumentará o seu desgaste. A co-habitação produz menos estresse. Foi ela, aliás, a responsável pelo esquema que os levou ao poder.
Fonte: http://www.observatoriodaimprensa.com.br/
domingo, 6 de setembro de 2009
* CATEQUESE NA MÍDIA
Silêncio revelador sobre acordo com Vaticano
Por Dioclécio Luz
A imprensa nacional é extremamente condescendente com a religião. Talvez seja o respeito aos seus eleitores, digo, leitores. Talvez, usando uma linguagem da área, seja o temor em revelar verdades e, deste modo, atrair a ira dos devotos. Muito provavelmente é a mistura dos dois.
O que me leva a essa reflexão é o fato do Congresso Nacional estar sacramentando um acordo do Brasil com a Igreja Católica e ninguém dar bola pra isso. O acordo, para dizer o mínimo, é um retrocesso político – no fundo, coloca o catolicismo como religião oficial do Brasil. Somente a mídia não-católica deu espaço para o acontecimento.
Sem querer, abri uma discussão: existe uma mídia católica e uma não-católica no Brasil? Evidente que sim. Os católicos que acompanharam pela TV Globo a visita do Papa Bento 16 ao Brasil, em maio de 2007, ficaram muito felizes – a emissora cobriu a visita de um santo; Bento 16 não era um homem normal. Aquilo não foi cobertura, foi catequese. A CNBB (que tem fama de ser da esquerda), que escolheu a Globo (que é porta-voz da direita) por razões políticas e religiosas, também deve ter ficado satisfeita.
A Globo, é bom frisar, tem demonstrado uma simpatia católica há muito tempo. O momento mais esclarecedor foi quando da escolha do novo papa. Para lá foi enviado William Bonner e sua equipe de fiéis, digo, de produção. Aos domingos, a Globo transmite a missa do padre pop Marcelo Rossi.
Não querem passar por hereges
O posicionamento religioso da mídia é complicado para o jornalismo. Quando se troca a razão pela fé, o jornalismo morre. Ora a visita do papa era motivo para revelar a história da Igreja Católica, como ela se construiu, seus erros e acertos. As informações trazidas pelos repórteres, porém, pareciam todas nascidas na paróquia da esquina, ou no Vaticano, o que dá no mesmo.
Mas isso é passado.
O que temos agora é um fato novo: o acordo que não foi assinado quando da visita de Bento 16 ao Brasil agora tramita na Câmara dos Deputados. Na semana passada, ele foi aprovado na Comissão de Relações Exteriores. O documento estabelece privilégios para a Igreja Católica em termos de liberdade de culto, preservação de igrejas, isenções fiscais, não obrigações trabalhistas com os padres, concessão de vistos para missionários, propriedade de espaços urbanos, ensino de religião nas escolas.
Tudo isso afeta diretamente a vida das pessoas, e não apenas os católicos, mas a imprensa fez de conta que não é com ela. A imprensa católica, por razões óbvias; a não-católica, por medo. Quem ousaria questionar um acordo do Brasil com o Vaticano?
A mídia evangélica certamente ainda encara a Igreja Católica. O problema é que o maior ícone dos evangélicos é moralmente questionável.
O fato é que tem uma pauta tentando entrar nas redações: a Igreja Católica, seus atos, sua história, seu poder. É que os jornais não permitem – não querem passar por hereges.
Uma doutrina medieval
A cobertura do caso do bispo do Recife – aquele que defendeu o estuprador e excomungou o médico que promoveu o aborto – é exceção porque se tratou, de fato, de uma aberração. Tanto que até Luciana Gimenez "debateu" o assunto no seu Superpop. O bom jornalismo determinaria um aprofundamento da questão, o que não houve. Os jornais ficaram na superfície, no sensacionalismo, no ato debilóide desse bispo. Mas quem escreveria que o aborto e a punição do bispo é parte da doutrina católica?
De fato, a doutrina católica é isso. Mas os jornalistas omitem para evitar que a religião seja vista como é, ou seja, de caráter medieval. De fato, considerem-se os posicionamentos históricos da Igreja: é contra o aborto, é homofóbica e machista; impõe o celibato aos padres por razões econômicas; transforma o que seria educação em catequese.
A questão do ensino religioso é das mais sérias no Brasil, mas a nossa mídia faz de conta que não existe. Primeiro, há o fato das escolas católicas serem as mais ricas do país. Segundo, o ensino religioso em escolas públicas ou particulares não é ensino, é catequese. Ao invés dos alunos receberem informações e refletirem sobre as religiões em geral, sobre a transcendência, recebem uma lavagem cerebral para acreditar nos santos e santidades católicos. E não apenas isso: considerando que toda religião supõe uma moral, uma doutrina, as crianças estão recebendo dos padres e freiras e seus devotos uma doutrina católica medieval com o que irão construir os seus valores de vida.
Sempre ao lado do poder
O ensino religioso nas escolas é uma das aberrações da educação hoje no Brasil. Mas que jornal, rádio ou TV enfrentaria o poder da Igreja? A escola é um espaço de educação, mas está sendo usada (eu disse usada) pela Igreja para faturar (são caras) e para criar fiéis, devotos dos seus santos, sob a complacência dos pais e, claro, da imprensa. Fazer catequese não é função da escola, é da igreja. É preciso separar as coisas.
Por este acordo, a Igreja Católica continua dona dos seus bens, mas permite ao Estado que invista recursos na sua manutenção, uma vez que se tornaram "patrimônio cultural" do Brasil. Reconheçamos, de boba a Igreja não tem nada. Se alguém olhar a história desses patrimônios verificará que todos eles foram construídos com recursos da população ou do Poder Público (doações dos ricos, sangue dos pobres, terras e bens do Estado) – se sempre foi assim, não espanta que a Igreja queira continuar com o Estado bancando a manutenção dos seus templos.
O patrimônio da Igreja ao longo da história. Esta pauta a imprensa não vai pegar. Seria interessante, do ponto de vista jornalístico, levantar a quantidade de templos, casas, mansões, terras que a Igreja tem e, principalmente, como eles foram obtidos. As muitas igrejas e terrenos de Salvador, Ouro Preto, Olinda... Na capital ou no interior é assim: é comum a paróquia ser dona de bairros inteiros. Mas, atenção, isso não é coisa do passado. Ter privilégios é da modernidade católica. Se alguém olhar o mapa de Brasília, vai constatar que uma catedral católica inaugura a Esplanada dos Ministérios. Ao lado começa o Setor de embaixadas. E qual a primeira embaixada? A do Vaticano, claro. Ao lado tem a sede da CNBB e a casa do bispo. Por quê? Ora, porque sempre a catedral e a casa do bispo estão junto ao lado do poder. O Norte e o Sul da Avenida W3 começam com patrimônios católicos, com igrejas e escolas – são os únicos templos religiosos na avenida. Do mesmo modo, o Norte e Sul da Avenida L2 também começam com terrenos católicos.
Garantia dos privilégios
O acordo não fala em comunicação. Por razões estratégicas, a Igreja Católica atua na moita quando se trata do tema. Discretamente, ela formou uma das maiores redes de rádio e TV do país, competindo com as grandes emissoras comerciais. A Igreja Católica é dona de emissoras de rádio e TV, comerciais, educativas e até comunitárias. Bem, a lei proíbe as religiões de serem proprietárias de rádios comunitárias. Mas, sempre se dá um jeito quando se trata do poder. A igreja tem mais de 200 concessões de rádios comunitárias. É ilegal, imoral, indecente, mas...
A ambição da Igreja Católica não parece ter limites. Não bastasse possuir tantos veículos de comunicação, ela ainda ocupa espaços públicos. Todos os domingos, a TV Nacional e a Rádio Nacional em Brasília transmitem, ao vivo, a santa missa. O fato foi denunciado ao Conselho da TV Brasil, mas a resposta não chegou.
Historicamente, o Estado brasileiro não tem adotado a laicidade. Existem acordos políticos da Igreja com os governos que se sucedem, pela direita ou pela esquerda, para garantir seus privilégios. Serve aos seus propósitos. Mas boa parte da imprensa aceita isso.
Fonte: www.observatoriodaimprensa.com.br
Por Dioclécio Luz
A imprensa nacional é extremamente condescendente com a religião. Talvez seja o respeito aos seus eleitores, digo, leitores. Talvez, usando uma linguagem da área, seja o temor em revelar verdades e, deste modo, atrair a ira dos devotos. Muito provavelmente é a mistura dos dois.
O que me leva a essa reflexão é o fato do Congresso Nacional estar sacramentando um acordo do Brasil com a Igreja Católica e ninguém dar bola pra isso. O acordo, para dizer o mínimo, é um retrocesso político – no fundo, coloca o catolicismo como religião oficial do Brasil. Somente a mídia não-católica deu espaço para o acontecimento.
Sem querer, abri uma discussão: existe uma mídia católica e uma não-católica no Brasil? Evidente que sim. Os católicos que acompanharam pela TV Globo a visita do Papa Bento 16 ao Brasil, em maio de 2007, ficaram muito felizes – a emissora cobriu a visita de um santo; Bento 16 não era um homem normal. Aquilo não foi cobertura, foi catequese. A CNBB (que tem fama de ser da esquerda), que escolheu a Globo (que é porta-voz da direita) por razões políticas e religiosas, também deve ter ficado satisfeita.
A Globo, é bom frisar, tem demonstrado uma simpatia católica há muito tempo. O momento mais esclarecedor foi quando da escolha do novo papa. Para lá foi enviado William Bonner e sua equipe de fiéis, digo, de produção. Aos domingos, a Globo transmite a missa do padre pop Marcelo Rossi.
Não querem passar por hereges
O posicionamento religioso da mídia é complicado para o jornalismo. Quando se troca a razão pela fé, o jornalismo morre. Ora a visita do papa era motivo para revelar a história da Igreja Católica, como ela se construiu, seus erros e acertos. As informações trazidas pelos repórteres, porém, pareciam todas nascidas na paróquia da esquina, ou no Vaticano, o que dá no mesmo.
Mas isso é passado.
O que temos agora é um fato novo: o acordo que não foi assinado quando da visita de Bento 16 ao Brasil agora tramita na Câmara dos Deputados. Na semana passada, ele foi aprovado na Comissão de Relações Exteriores. O documento estabelece privilégios para a Igreja Católica em termos de liberdade de culto, preservação de igrejas, isenções fiscais, não obrigações trabalhistas com os padres, concessão de vistos para missionários, propriedade de espaços urbanos, ensino de religião nas escolas.
Tudo isso afeta diretamente a vida das pessoas, e não apenas os católicos, mas a imprensa fez de conta que não é com ela. A imprensa católica, por razões óbvias; a não-católica, por medo. Quem ousaria questionar um acordo do Brasil com o Vaticano?
A mídia evangélica certamente ainda encara a Igreja Católica. O problema é que o maior ícone dos evangélicos é moralmente questionável.
O fato é que tem uma pauta tentando entrar nas redações: a Igreja Católica, seus atos, sua história, seu poder. É que os jornais não permitem – não querem passar por hereges.
Uma doutrina medieval
A cobertura do caso do bispo do Recife – aquele que defendeu o estuprador e excomungou o médico que promoveu o aborto – é exceção porque se tratou, de fato, de uma aberração. Tanto que até Luciana Gimenez "debateu" o assunto no seu Superpop. O bom jornalismo determinaria um aprofundamento da questão, o que não houve. Os jornais ficaram na superfície, no sensacionalismo, no ato debilóide desse bispo. Mas quem escreveria que o aborto e a punição do bispo é parte da doutrina católica?
De fato, a doutrina católica é isso. Mas os jornalistas omitem para evitar que a religião seja vista como é, ou seja, de caráter medieval. De fato, considerem-se os posicionamentos históricos da Igreja: é contra o aborto, é homofóbica e machista; impõe o celibato aos padres por razões econômicas; transforma o que seria educação em catequese.
A questão do ensino religioso é das mais sérias no Brasil, mas a nossa mídia faz de conta que não existe. Primeiro, há o fato das escolas católicas serem as mais ricas do país. Segundo, o ensino religioso em escolas públicas ou particulares não é ensino, é catequese. Ao invés dos alunos receberem informações e refletirem sobre as religiões em geral, sobre a transcendência, recebem uma lavagem cerebral para acreditar nos santos e santidades católicos. E não apenas isso: considerando que toda religião supõe uma moral, uma doutrina, as crianças estão recebendo dos padres e freiras e seus devotos uma doutrina católica medieval com o que irão construir os seus valores de vida.
Sempre ao lado do poder
O ensino religioso nas escolas é uma das aberrações da educação hoje no Brasil. Mas que jornal, rádio ou TV enfrentaria o poder da Igreja? A escola é um espaço de educação, mas está sendo usada (eu disse usada) pela Igreja para faturar (são caras) e para criar fiéis, devotos dos seus santos, sob a complacência dos pais e, claro, da imprensa. Fazer catequese não é função da escola, é da igreja. É preciso separar as coisas.
Por este acordo, a Igreja Católica continua dona dos seus bens, mas permite ao Estado que invista recursos na sua manutenção, uma vez que se tornaram "patrimônio cultural" do Brasil. Reconheçamos, de boba a Igreja não tem nada. Se alguém olhar a história desses patrimônios verificará que todos eles foram construídos com recursos da população ou do Poder Público (doações dos ricos, sangue dos pobres, terras e bens do Estado) – se sempre foi assim, não espanta que a Igreja queira continuar com o Estado bancando a manutenção dos seus templos.
O patrimônio da Igreja ao longo da história. Esta pauta a imprensa não vai pegar. Seria interessante, do ponto de vista jornalístico, levantar a quantidade de templos, casas, mansões, terras que a Igreja tem e, principalmente, como eles foram obtidos. As muitas igrejas e terrenos de Salvador, Ouro Preto, Olinda... Na capital ou no interior é assim: é comum a paróquia ser dona de bairros inteiros. Mas, atenção, isso não é coisa do passado. Ter privilégios é da modernidade católica. Se alguém olhar o mapa de Brasília, vai constatar que uma catedral católica inaugura a Esplanada dos Ministérios. Ao lado começa o Setor de embaixadas. E qual a primeira embaixada? A do Vaticano, claro. Ao lado tem a sede da CNBB e a casa do bispo. Por quê? Ora, porque sempre a catedral e a casa do bispo estão junto ao lado do poder. O Norte e o Sul da Avenida W3 começam com patrimônios católicos, com igrejas e escolas – são os únicos templos religiosos na avenida. Do mesmo modo, o Norte e Sul da Avenida L2 também começam com terrenos católicos.
Garantia dos privilégios
O acordo não fala em comunicação. Por razões estratégicas, a Igreja Católica atua na moita quando se trata do tema. Discretamente, ela formou uma das maiores redes de rádio e TV do país, competindo com as grandes emissoras comerciais. A Igreja Católica é dona de emissoras de rádio e TV, comerciais, educativas e até comunitárias. Bem, a lei proíbe as religiões de serem proprietárias de rádios comunitárias. Mas, sempre se dá um jeito quando se trata do poder. A igreja tem mais de 200 concessões de rádios comunitárias. É ilegal, imoral, indecente, mas...
A ambição da Igreja Católica não parece ter limites. Não bastasse possuir tantos veículos de comunicação, ela ainda ocupa espaços públicos. Todos os domingos, a TV Nacional e a Rádio Nacional em Brasília transmitem, ao vivo, a santa missa. O fato foi denunciado ao Conselho da TV Brasil, mas a resposta não chegou.
Historicamente, o Estado brasileiro não tem adotado a laicidade. Existem acordos políticos da Igreja com os governos que se sucedem, pela direita ou pela esquerda, para garantir seus privilégios. Serve aos seus propósitos. Mas boa parte da imprensa aceita isso.
Fonte: www.observatoriodaimprensa.com.br
*Filosofando
Sócrates
O filósofo grego Sócrates (470 a.C. - 399 a.C.), inventor da maiêutica não deixou escritos; as citações a ele atribuídas estão, em geral, presentes nos trabalhos de Platão. Foi condenado à morte, supostamente por desviar a juventude ateniense do culto dos deuses oficiais.
Sócrates não deixou escritos de sua autoria, assim, a nossa consciência de seus ensinamentos vem primordialmente a partir de poucos autores antigos que se referem a ele em suas próprias obras.
• "É sábio o homem que pôs em si tudo que leva à felicidade ou dela se aproxima"
- Fonte: Revista Nova Escola, 179, jan-fev05
• "O princípio dos raciocínios é constituído pela essência das coisas"
- Fonte: Revista Nova Escola, 179, jan-fev05
Sócrates, como citado por Platão
• "Só sei que nada sei."
- citado por Platão in: "Apologia de Sócrates", o primeiro discurso, 21d
• "Uma vida não-suscetível de exame não vale a pena ser vivida."
- citado por Platão in: Apology
• "Ao bom homem nada de ruim acontece, nem vivo nem morto".
• "Todo discurso deve ser construído como uma criatura viva, dotado por assim dizer do seu próprio corpo; não lhe podem faltar nem pés nem cabeça; tem de dispor de um meio e de extremidades compostas de modo tal que sejam compatíveis uns com os outros e com a obra como um todo"
-citado por Platão in: Fedro, 264C
Sócrates, como citado por Diogenes Laertius
• "Conheço apenas a minha ignorância."
• "Existe apenas um bem, o conhecimento, e um mal, a ignorância"
Sócrates, como citado por Plutarco
• "Não sou nem ateniense, nem grego, mas sim um cidadão do mundo."
Sócrates, como citado por Xenófanes
• "Sócrates disse a seus alunos que nos bons sistemas de educação há um limite para além do qual ninguém deve ir. Na geometria, basta saber como medir a terra quando se quer vendê-la ou comprá-la ou dividir uma herança ou dividi-la entre trabalhadores".
• "Sócrates não gostava de ciências muito sofisticadas, embora as conhecesse todas. Ele dizia que o conhecimento sofisticado exige um esforço extra que tira o tempo do estudante da busca humana mais básica e importante: a da perfeição moral".
Atribuídas
• "Penso que não ter necessidade é coisa divina e ter as menores necessidades possíveis é o que mais se aproxima do divino."
• "Creio que tenho prova suficiente de que falo a verdade: a pobreza".
• "O que deve caracterizar a juventude é a modéstia, o pudor, o amor, a moderação, a dedicação, a diligência, a justiça, a educação. São estas as virtudes que devem formar o seu carácter".
• "Em todo o caso, casai-vos. Se vos couber em sorte uma boa esposa, sereis felizes; se vos calhar uma má, tornar-vos-eis filósofos, o que é excelente para os homens".
• "É preciso que os homens bons respeitem as leis más, para que os homens maus respeitem as leis boas."
• "Não te contentes em admirar as pessoas bondosas. Imite-as."
• "Aquele a quem a palavra não educar, também o pau não educará."
• "Eu não posso ensinar nada a ninguém, eu só posso fazê-lo pensar."
• "Deixe quem desejaria mudar o mundo primeiro mudar a si mesmo."
• "Quatro características deve ter um juiz; ouvir cortesmente, responder sabiamente, ponderar prudentemente e decidir imparcialmente."
• "Um bom casamento exige que o homem seja surdo e a mulher cega."
• "Se o desonesto soubesse a vantagem de ser honesto, ele seria honesto ao menos por desonestidade."
• "Sábio é aquele que conhece os limites da própria ignorância."
• "O que temos de fazer é instruir e não proibir."
• "É costume de um tolo, quando erra, queixar-se dos outros. É costume de um sábio queixar-se de si mesmo."
• "Nosce te ipsum." Tradução: "Conhece-te a ti próprio."
• "A eloqüência é a arte de aumentar as coisas pequenas e diminuir as grandes."
• "A beleza é um reino muito pequeno”
• "A vida sem reflexão não merece ser vivida."
• "A ociosidade é que envelhece e não o trabalho."
• "A administração é uma questão de habilidades,e não depende da técnica ou experiência. Mas é preciso antes de tudo saber o que se quer."
• "Transforme as pedras que você tropeça nas pedras de sua escada."
• "Um homem desregrado não pode inspirar afeto; é insociável e fecha as portas à amizade."
Origem: Wikiquote, a coletânea de citações livres.
Obtido em "htp://pt.wikiquote.org/wiki/S%C3%B3crates"
Categorias: !Artigos que carecem de fontes/Pessoas/Filósofos da Grécia.
O filósofo grego Sócrates (470 a.C. - 399 a.C.), inventor da maiêutica não deixou escritos; as citações a ele atribuídas estão, em geral, presentes nos trabalhos de Platão. Foi condenado à morte, supostamente por desviar a juventude ateniense do culto dos deuses oficiais.
Sócrates não deixou escritos de sua autoria, assim, a nossa consciência de seus ensinamentos vem primordialmente a partir de poucos autores antigos que se referem a ele em suas próprias obras.
• "É sábio o homem que pôs em si tudo que leva à felicidade ou dela se aproxima"
- Fonte: Revista Nova Escola, 179, jan-fev05
• "O princípio dos raciocínios é constituído pela essência das coisas"
- Fonte: Revista Nova Escola, 179, jan-fev05
Sócrates, como citado por Platão
• "Só sei que nada sei."
- citado por Platão in: "Apologia de Sócrates", o primeiro discurso, 21d
• "Uma vida não-suscetível de exame não vale a pena ser vivida."
- citado por Platão in: Apology
• "Ao bom homem nada de ruim acontece, nem vivo nem morto".
• "Todo discurso deve ser construído como uma criatura viva, dotado por assim dizer do seu próprio corpo; não lhe podem faltar nem pés nem cabeça; tem de dispor de um meio e de extremidades compostas de modo tal que sejam compatíveis uns com os outros e com a obra como um todo"
-citado por Platão in: Fedro, 264C
Sócrates, como citado por Diogenes Laertius
• "Conheço apenas a minha ignorância."
• "Existe apenas um bem, o conhecimento, e um mal, a ignorância"
Sócrates, como citado por Plutarco
• "Não sou nem ateniense, nem grego, mas sim um cidadão do mundo."
Sócrates, como citado por Xenófanes
• "Sócrates disse a seus alunos que nos bons sistemas de educação há um limite para além do qual ninguém deve ir. Na geometria, basta saber como medir a terra quando se quer vendê-la ou comprá-la ou dividir uma herança ou dividi-la entre trabalhadores".
• "Sócrates não gostava de ciências muito sofisticadas, embora as conhecesse todas. Ele dizia que o conhecimento sofisticado exige um esforço extra que tira o tempo do estudante da busca humana mais básica e importante: a da perfeição moral".
Atribuídas
• "Penso que não ter necessidade é coisa divina e ter as menores necessidades possíveis é o que mais se aproxima do divino."
• "Creio que tenho prova suficiente de que falo a verdade: a pobreza".
• "O que deve caracterizar a juventude é a modéstia, o pudor, o amor, a moderação, a dedicação, a diligência, a justiça, a educação. São estas as virtudes que devem formar o seu carácter".
• "Em todo o caso, casai-vos. Se vos couber em sorte uma boa esposa, sereis felizes; se vos calhar uma má, tornar-vos-eis filósofos, o que é excelente para os homens".
• "É preciso que os homens bons respeitem as leis más, para que os homens maus respeitem as leis boas."
• "Não te contentes em admirar as pessoas bondosas. Imite-as."
• "Aquele a quem a palavra não educar, também o pau não educará."
• "Eu não posso ensinar nada a ninguém, eu só posso fazê-lo pensar."
• "Deixe quem desejaria mudar o mundo primeiro mudar a si mesmo."
• "Quatro características deve ter um juiz; ouvir cortesmente, responder sabiamente, ponderar prudentemente e decidir imparcialmente."
• "Um bom casamento exige que o homem seja surdo e a mulher cega."
• "Se o desonesto soubesse a vantagem de ser honesto, ele seria honesto ao menos por desonestidade."
• "Sábio é aquele que conhece os limites da própria ignorância."
• "O que temos de fazer é instruir e não proibir."
• "É costume de um tolo, quando erra, queixar-se dos outros. É costume de um sábio queixar-se de si mesmo."
• "Nosce te ipsum." Tradução: "Conhece-te a ti próprio."
• "A eloqüência é a arte de aumentar as coisas pequenas e diminuir as grandes."
• "A beleza é um reino muito pequeno”
• "A vida sem reflexão não merece ser vivida."
• "A ociosidade é que envelhece e não o trabalho."
• "A administração é uma questão de habilidades,e não depende da técnica ou experiência. Mas é preciso antes de tudo saber o que se quer."
• "Transforme as pedras que você tropeça nas pedras de sua escada."
• "Um homem desregrado não pode inspirar afeto; é insociável e fecha as portas à amizade."
Origem: Wikiquote, a coletânea de citações livres.
Obtido em "htp://pt.wikiquote.org/wiki/S%C3%B3crates"
Categorias: !Artigos que carecem de fontes/Pessoas/Filósofos da Grécia.
* Sete hábitos dos bons pais e dos pais brilhantes
1- Bons pais dão presentes / pais brilhantes se dão;
2- Bons pais nutrem o corpo dos filhos / pais brilhantes nutrem também a personalidade;
3- Bons pais corrigem erros / pais brilhantes ensinam a pensar;
4- Bons pais preparam os filhos para os aplausos / pais brilhantes preparam os filhos para o fracasso;
5- Bons pais conversam / pais brilhantes contam histórias edificantes;
6- Bons pais dão informações / pais brilhantes contam histórias edificantes;
7- Bons pais dão oportunidades / pais brilhantes nunca desistem.
Augusto Cury, escritor
2- Bons pais nutrem o corpo dos filhos / pais brilhantes nutrem também a personalidade;
3- Bons pais corrigem erros / pais brilhantes ensinam a pensar;
4- Bons pais preparam os filhos para os aplausos / pais brilhantes preparam os filhos para o fracasso;
5- Bons pais conversam / pais brilhantes contam histórias edificantes;
6- Bons pais dão informações / pais brilhantes contam histórias edificantes;
7- Bons pais dão oportunidades / pais brilhantes nunca desistem.
Augusto Cury, escritor
* Para meditar
"Se as coisas são inatingíveis... ora! não é motivo para não querê-las... Que triste os caminhos se não fora a mágica presença das estrelas! "
Mário Quintana, poeta.
"Essa felicidade... existe, sim: mas não a alcançamos, porque está sempre onde a imaginamos e nunca a imaginamos onde estamos."
Vicente de Carvalho, poeta paulista.
"O bom não é bom se a expectativa é de melhor."
Thomas Fuller, médico e escritor inglês.
"Ações mentem mais alto do que palavras."
Carolyn Wells, escritora americana.
"O fraco jamais perdoa, o perdão é característica do forte."
Mahatma Ghandi, pensador da Índia.
"De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver crescer as injutiças, de tanto ver crescer as injustiças, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto."
Ruy Barbosa, escritor brasileiro.
Epitáfio (Titãs)
"Devia ter amado mais / ter chorado mais / ter visto o sol nascer / devia ter arriscado mais /
e até errado mais / ter feito o que eu queria fazer / queria ter aceitado as pessoas como elas são / cada um sabe a alegria e a dor / que traz no coração ( o acaso vai me proteger enquanto eu andar distraído) devia ter complicado menos / trabalhado menos / ter visto o sol se por / devia ter me importado menos com problemas pequenos / ter morrido de amor / devia ter aceitado a vida como ela é / a cada um cabem alegrias e a tristeza que vier."
Mário Quintana, poeta.
"Essa felicidade... existe, sim: mas não a alcançamos, porque está sempre onde a imaginamos e nunca a imaginamos onde estamos."
Vicente de Carvalho, poeta paulista.
"O bom não é bom se a expectativa é de melhor."
Thomas Fuller, médico e escritor inglês.
"Ações mentem mais alto do que palavras."
Carolyn Wells, escritora americana.
"O fraco jamais perdoa, o perdão é característica do forte."
Mahatma Ghandi, pensador da Índia.
"De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver crescer as injutiças, de tanto ver crescer as injustiças, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto."
Ruy Barbosa, escritor brasileiro.
Epitáfio (Titãs)
"Devia ter amado mais / ter chorado mais / ter visto o sol nascer / devia ter arriscado mais /
e até errado mais / ter feito o que eu queria fazer / queria ter aceitado as pessoas como elas são / cada um sabe a alegria e a dor / que traz no coração ( o acaso vai me proteger enquanto eu andar distraído) devia ter complicado menos / trabalhado menos / ter visto o sol se por / devia ter me importado menos com problemas pequenos / ter morrido de amor / devia ter aceitado a vida como ela é / a cada um cabem alegrias e a tristeza que vier."
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