Milhões de pessoas a favor de
Lula e do STF, contra Bolsonaro. Milhões de pessoas a favor de Bolsonaro,
contra o STF e contra Lula. O país está dividido. E tanto Lula quanto Bolsonaro
suscitaram adversários também lá fora. Chefes de Estado e de governo. Desde que
assumiu o governo federal em 2002 (e já se vão 23 anos) Luiz Inácio Lula da
Silva fortaleceu o pensamento do espectro político "à esquerda" no
Brasil e aderiu ao bloco "à esquerda" no cenário extraterritorial, fazendo
oposição político ideológica aos EUA, tentando consolidar internacionalmente a
independência econômica e política daquela potência internacional por
considerá-la historicamente imperialista, seguindo uma bandeira de movimento
estudantil comunista (abaixo o imperialismo americano!) das décadas de 1970 e
1980, quando havia um regime de exceção no Brasil. Enquanto isso, cortejava
países como Rússia e China, ambos de natureza notavelmente imperialista,
autoritária. Aproximou o Brasil de Cuba, de Venezuela e de outros governos
"da esquerda" sul-americana. Com Fidel Castro, criou o Fórum de
São Paulo e integrou o Brics para fazer frente aos EUA e ao capitalismo. Isso
fez gerar desconfiança no mercado internacional e a perda de investimentos no
Brasil. Principalmente pela governança populista, estatista e perdulária
exercida continuamente.
E Lula, montado na utopia
delirante, sonhava em comandar a ONU, sem ao menos lembrar que o agrupamento
econômico capitalista internacional governa o mundo. E como toda força e sua consequente
ação suscita uma força oposta, esta emergiu, com ímpeto. Após mega escândalos
de corrupção, descambando na denominada operação Lava Jato, o movimento de
resistência popular dos conservadores, insatisfeitos com a lambança
institucional ocorrendo no país, foram cooptados e conduzidos para o extremo
oposto do lulopetismo, por um militar de extrema-direita que pegava carona no
espontâneo movimento popular. Para poder fazer frente ao social e
economicamente nefasto sistema governamental estabelecido, os conservadores
aderiram ao capitão EB Jair Bolsonaro e assumiram posturas da direita e da
extrema-direita, que têm no seu manual, a manutenção de tradições socialmente
edificantes, a intenção de armar a população e o lema: "bandido bom, é
bandido morto". Desde que não seja da sua família. Muitos desses
seguidores depois recuaram e ficaram neutros na eleição de 2022. Os dois espectros
políticos, quando estão no poder, têm em comum o interesse num Estado policial
contra adversários, em detrimento do Estado de direito.
Ao assumir o governo, com gestão austera, responsável, Bolsonaro
ganhou de presente a maldição da pandemia COVID-19 e se alvoroçou, sob pressão
do mercado mercenário e mantenedor do Estado, fazendo comentários não tolerados
por muitos (erro estratégico 01), em descontrole emocional. Por intermédio dos seus conselheiros, soube
compor com o centrão pragmático e garantiu a
governabilidade, mas não soube lidar com o STF, que se impunha a protagonismo
depois de ser alvo de falas contumazes e institucionalmente deletérias do
presidente Bolsonaro (erro estratégico 02), dos seus filhos e de quadros da direita que
estava se achando empoderada. Houve ministros que foram gravemente afrontados.
Chegando o STF a ser "ameaçado" com um cabo do EB para fechar-lhes as
portas. O STF, então, restaurou as prerrogativas cívicas de Lula, baseando-se
em irregularidades praticadas no curso da ação penal pelo magistrado e pelo
procurador do MP. Quando, então, Lula, apesar dos graves escândalos de
corrupção ocorridos em seu governo e no da Dilma Rousseff, foi reeleito
presidente da República. Faltou - e falta, no Brasil, outro líder que
representasse melhor a esquerda libertina. Mas, já há Tarcísio de Freitas
representando a direita, nas suas alas conservadora e radical. E Michelle Bolsonaro. Houve tentativa
de golpe? Creio que sim. Seria bom ou ruim? A esquerda e a direita têm resposta. Mas, penso que elas, as respostas, são antagônicas.
Alberto Magalhães
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