O celebrado professor Clóvis de Barros Filho escreveu que "a reputação é um eu fora do meu alcance." E, certamente, muitos concordarão com essa assertiva, visto que as pessoas sempre vêem os outros de forma particular, seguindo a sua percepção ou acompanhando comentários de terceiros.
Ao contrário do que se pensa, não se constroi a própria reputação. A não ser com relação a alguma característica específica, não no aspecto geral. Por vezes, se faz uma "leitura" de pessoas pelos olhos da desconfiança, - envolto em infundado preconceito, por espelho de si próprio ou mesmo por desenho produzido por desafetos dissimulados que formam uma narrativa bem urdida, deturpando elementos inconcludentes com elementos ardilosos, tornando-os definitivos.
E como qualquer quimera dita por muitas bocas é tida como real, o julgamento está consumado pelos "juízes" que serão assim, também, julgados.
A escritora Sarah Maclean escreveu: "Minha reputação está arruinada porque eu sou uma mulher, e nós, mulheres, não nos pertencemos. Nós pertencemos ao mundo, desde o nosso corpo até a nossa alma e nossa mente.
Alberto Magalhães Carneiro