Eu não posso falar sobre gestação humana, eu nunca estive
grávido. Não posso falar sobre o frio porque eu nunca estive no inverno europeu
ou similar. E isso vale para muitas outras coisas. Como, por exemplo, falar com
tanta propriedade sobre pessoas que mal conhecemos, às vezes, simplesmente
seguindo comentários de pessoas maliciosas ou invejosas. Assim acontece com
assuntos pertinentes a religião (do latim religare,
religar, em português). Muitos exercem ferrenha e persistente crítica à Bíblia,
sem terem o mínimo conhecimento do que trata essa coletânea de textos sagrados
(o termo sagrado, do latim sacratu,
refere-se a algo que merece veneração ou respeito religioso – Wikipédia). Os
descrentes materialistas estão se viciando em zombar da divindade.
Para que possamos emitir opinião contestadora a respeito de
alguma coisa devemos conhecer aquilo sobre o qual tratamos. Estudando,
pesquisando, vivenciando – se possível – o que nos interessa abordar. Quem não
conhece as Escrituras Bíblicas não tem autoridade para questionar o seu
conteúdo, a sua mensagem, a sua finalidade. Os Gideões Internacionais
preceituam que ela é como “o mapa do viajante, o cajado do peregrino, a bússola
do piloto e a espada do soldado.” É o guia do fiel. Ela revela a mente de Deus,
foi nos entregue para conhecimento e prática e será reaberta para o julgamento.
Ela é a Constituição do mundo. Primeira e superior a todas as outras.
As instituições religiosas criadas são nascidas de
interpretações de adeptos – ou grupos deles – dos preceitos contidos nos seus
livros (a saber, 39 no Velho Testamento e 27 no Novo Testamento). Há adeptos
que geram religiões. Há religiões que geram fanáticos. Há fanáticos que geram
tragédias. A palavra bem interpretada gera fiéis, seguidores, amantes do bem,
praticantes do amor Ágape e do Philos - o amor solidário, elevado, universal.
Ridicularizar um símbolo que é considerado sagrado para outrem (como fizeram os
integrantes do francês Charlie Hebdo) foi baixo, deselegante, ignóbil, no
entanto, punir alguém com a morte por haver esnobado, tripudiado um símbolo
sagrado da fé é reduzir a onipotência de Deus, no seu poder de julgar e agir.
O Deus islâmico, o Eterno, o Altíssimo, que é o meu também,
disse ao Rei Saul que obedecer é melhor que sacrificar. A quem Ele deu ordem
para matar os jornalistas franceses? Deus não precisa de homem bomba para
conseguir alcançar seus intentos, para realizar seus irrevogáveis desígnios. E isso
foi permitido no período de regência da Lei de Moisés. Depois Deus só concordou
numa morte: naquela que é o sacrifício perfeito para aqueles que ouvem a Sua
voz e abrem o coração: a do Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo, o
Cristo prometido. Quem tem fé e é vingador peça ao SENHOR que caia fogo dos
céus e consuma os ímpios blasfemadores, como fez o profeta Elias contra os 450
profetas de Baal. Afinal ele é o Senhor dos Exércitos e o Juiz Supremo. Os
fanáticos fundamentalistas dilaceram a mensagem do amor divino tanto quanto os
sacerdotes desonestos e os irreverentes opositores da fé.
Alberto Magalhães